quarta-feira, 7 de março de 2012

A política do pão e circo

Na Roma antiga, a escravidão na zona rural fez com que vários camponeses perdessem o emprego e migrassem. O crescimento urbano acabou gerando problemas sociais e o imperador, com medo que a população se revoltasse com a falta de emprego e exigisse melhores condições de vida, acabou criando a política “panem et circenses”,  a política do pão e circo. Este método era muito simples: todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu) e durante os eventos eram distribuídos alimentos (trigo, pão). O objetivo era alcançado, já que ao mesmo tempo em que a população se distraia e se alimentava também esquecia os problemas e não pensava em rebelar-se. Foram feitas tantas festas para manter a população sob controle, que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.
Esta situação ocorrida na Roma antiga é muito parecida com Chavantes atual. Aqui a ganância e o desmando gerou, gera e continuará gerando problemas sociais. A quantidade de pessoas que vive na pobreza cresce desenfreadamente e a condição de vida desta gente é difícil. O nosso governo, tentando manter a população calma e evitar que a massa se rebelem, criam fantasias, prometem a festas, entre outras coisas, que engambela os economicamente desfavorecidos e deixa todos que recebem o agrado muito felizes e agradecidos. O motivo de prometer e promover festas ao povo é o mesmo dos imperadores ao darem pão aos romanos. Enquanto fazem maracutaias e pegam dinheiro público para si, distraem a população com festas gratuitas.
Estas festas sociais até fariam sentido se também fossem realizados investimentos reais na saúde, educação e qualificação da mão-de-obra, como cursos profissionalizantes e universidades gratuitas de qualidade para os jovens. Aquela velha frase “não se dá o peixe, se ensina a pescar” pode ser definida como princípio básico de desenvolvimento em qualquer sociedade. E ao invés dos circos romanos, dos gladiadores lutando no Coliseu, temos nossas arenas de rodeio e seus empresários. O brasileiro e o Chavantense é apaixonado por este esporte assim como os romanos iam em peso com suas melhores roupas assistir as lutas nos seus estádios. O efeito político também é o mesmo nas duas épocas: os problemas são esquecidos e só pensamos nos resultados das partidas.
A saída desta dependência é a educação, e as escolas existem em nossa cidade, mas há muito que melhorar. Os alunos deveriam sair do Ensino Médio com condições e oportunidades de cursar o nível superior gratuitamente, e assim garantir seu futuro e de seus descendentes. Proporcionar educação de qualidade é um dever do estado, é nosso direito, mas estamos acomodados e acostumados a ver estudantes de escolas públicas sem oportunidades de avançar em seus estudos, e consideramos o nível superior como algo para poucos e privilegiados.
 Precisamos mudar nossos conceitos e ver que nunca é tarde para exigirmos nossos direitos.    
Somente com educação e cultura os Chavantenses podem deixar de precisar de doações e assim, se desligar desse vínculo com o “pão e circo”, pois estes são os meios para reduzir a pobreza. Precisamos de pessoas para nosso governo que não se aproveitem das carências de seu povo para obter crescimento pessoal, e sim que deseje crescer em conjunto.
Precisamos acabar com este pensamento dos políticos Chavantenses de que o povo só precisa de pão e circo.
Todos eles pensam isso
Todos ele falam isso
E todo mundo sabe disso
Não me digam em quem votar
Não me forcem a aceitar
Do que eu não concordo não vou me aproximar
Vai pra longe, distante de mim
Bem distante, longe de mim...
Não me digam o que comprar
Não me digam o que vestir
Não me encham o saco, não vou mais admitir
Nem me demitir por omissão, vou manter a minha opinião
Não me peçam pra recuar
Nem me digam o que fazer
Sei que o rei esta nu e eu não vou compactuar.

Não se agradem com pão e circo. A não ser que a padaria seja sua, o circo seja seu e eles apenas os palhaços!

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